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Espectro Concreto | Marina Ryfer Individual

Marina Ryfer segue pesquisando o uso da luz como matéria plástica - movimento iniciado no século XX com outros artistas - que alarga as possibilidades de impregnação da cor em obras de arte: o pigmento é substituído por fontes luminosas que desenham campos no espaço expositivo. Nesse caso, a arquitetura passa a ser suporte fundamental para constituição da obra. Sua linguagem poética se configura, então, no encontro entre o espectro e o concreto.

A pesquisa de materiais se dá entre casas de construção civil e a internet. A tecnologia se faz presente nos mecanismos de acendimentos automáticos e responsivos, ativando a interação entre obra e espectador. Conduites tornam-se linhas, gestualmente retorcidas pela artista, que persegue o desejo de controlar a expansão da luz. O cimento reveste objetos geométricos que passam a se comportar como corpos-obstáculo: desviam o feixe luminoso, retirando do espaço visível a presença de determinada cor, como um eclipse.

Qualidades lumínicas são apropriadas para dar forma às instalações e esculturas luminosas. Frestas revelam diferentes intensidades de luz e reflexos ampliam a noção de espaço. Ondas se propagam no ambiente, impactando as percepções sensoriais do espectador, sem revelar a fonte original. Uma vez que esse se aproxima de cada obra, não pode mais fugir da impregnação da luz: passa a fazer parte dela.

curadoria e expografia
Marina Ribas
Nathalia Perico

Parque Glória Maria, agosto de 2024

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